quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Amor e Poesia

Amor irracional, pressupõe a existência de amor racional. Adjetivar o amor é mera tentativa de defini-lo. Um adjetivo não é melhor que outro.

O amor não é isso. Nem é aquilo. Nem deixa de ser. Ou de estar. É questão de conjugação.

Também não se compara, nem se contrapõe à razão.

Se o amor precisa de um pouco de bom senso, e sendo esta componente da razão, por que exaltar um tal amor sublime, terno e puro, isento da definição e conjugação humanas?

Como se quem ama, ou quem é amado, estivesse redimido das coisas vis dos cegos terráqueos. O amor tem um antes, tem um depois. Portanto, pode ser causa e ser conseqüência.

Deixe-se levar somente pelo amor utópico, ou pelo irracional, que você vai ver o que é bom pra tosse, o quanto vai lhe sobrar no bolso e no futuro!

Amor não tem maneira certa, não tem fórmula. O resultado de qualquer mistura e quantidade de ingredientes vai depender do tempo e da temperatura. Os provadores cobaias darão o veredicto com direito de mudar o nome de amor para qualquer coisa.

Amor é um todo, feito de dentro e de fora, do tudo e do nada. Uma construção permanentemente inacabada.

Antenor Figueira

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